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Este capítulo traz explicações de como manipular discos rígidos e partições no
sistema GNU/Linux
e como acessar seus discos de CD-ROM e partições
DOS
, Windows 9X/XP/Vista/Seven
no
GNU/Linux
.
São divisões existentes no disco rígido que marcam onde começa onde termina um
sistema de arquivos. As partições nos permitem usar mais de um sistema
operacional no mesmo computador (como o GNU/Linux
,
Windows
e DOS
), ou dividir o disco rígido em uma ou
mais partes para ser usado por um único sistema operacional ou até mesmo por
diferentes arquiteturas (32 e 64 bits).
As subseções seguintes explicarão maneiras de formatar seu pen-drive, memória
flash, e outras tecnologias (incluindo disquetes) para serem usados no
GNU/Linux
e DOS/Windows
.
Para formatar pen-drives para serem usados no GNU/Linux
use o
comando:
mkfs.ext2 [-c] [/dev/sde1]
Em alguns sistemas você deve usar mke2fs
no lugar de
mkfs.ext2
. A opção -c faz com que o
mkfs.ext2
procure por blocos danificados no pen-drive. Caso
deseje formatar um disquete, especifique o dispositivo /dev/fd0
ao
inves de /dev/sdb1
.
Note que o nome de dispositivo que é conectado varia de acordo com o sistema e quantidade de discos rígidos que sua máquina possui portanto tenha ATENCÃO para não formatar o dispositivo incorreto (que pode ser justamente seu disco disco rígido principal). Para maior segurança, ao identificar o pen-drive, digite dmesg ao conectar o pen-drive para visualizar o dispositivo correto ou fique atento as mensagens do console que mostrará o dispositivo que foi associado ao pen-drive.
OBS: Este comando cria um sistema de arquivos ext2 no pen-drive e
permite usar características como permissões de acesso e outras. Isto também
faz com que o pen-drive NÃO possa ser lido pelo DOS/Windows
. Para
formatar um pen-drive no GNU/Linux
usando o FAT16 ou
FAT32 (compatível com o DOS/Windows) veja próxima seção.
Exemplo: mkfs.ext2 -c /dev/sde1
A formatação de pen-drives para serem usados no Windows
é feita
usando o comando mkfs.msdos
que é geralmente incluído no pacote
dosfstools
. O mkfs.msdos
permite tanto a criação de
sistemas de arquivos FAT16 ou FAT32.
mkfs.msdos [opções] [dispositivo]
Pen-drive que será formatado. Normalmente /dev/sdb1
(dependendo
do dispositivo detectado via comando dmesg).
Especifica o tipo de FAT que será usado na formatação. Podem ser usados os valores 12 (para formatação usando FAT12, limitado a 12MB), 16 (para formatação usando FAT16, limitado a 2Gb) e 32 (para formatação FAT32, limitado a 128Gb).
Atribui o [nome] de volume ao dispositivo.
Faz uma pesquisa por bad blocks antes da criação do sistema de arquivos no dispositivo. Os setores defeituosos encontrados serão automaticamente marcados para não serem utilizadas.
Note que não se deve montar o pen-driv / disquete para formata-lo.
Segue abaixo exemplos de como formatar seu pen-drive mkfs.msdos
:
mkfs.msdos /dev/sdc1 - Formata o pen-drive no terceiro dispositivo SCSI Genérico, como FAT32 e usando os valores padrões.
mkfs.msdos -F 16 /dev/sdc1 - Faz a mesma coisa que o acima, mas formata o pen-drive como FAT16.
mkfs.msdos -n teste -F 16 /dev/sdc1 - Formata o pen-drive no terceiro dispositivo SCSI genérico, como FAT16 e cria o nome de volume teste.
Além de programas de formatação em modo texto, existem outros para ambiente gráfico (X11) que permitem fazer a mesma tarefa.
Entre os diversos programas destaco o gfloppy
que além de permitir
selecionar se o disquete será formatado para o GNU/Linux
(ext2),
DOS
(FAT12) e permite selecionar a capacidade e formatação rápida
do disco.
O GNU/Linux
acessa as partições existente em seus discos rígidos e
disquetes através de diretórios. Os diretórios que são usados para acessar
(montar) partições são chamados de Pontos de Montagem. Para detalhes
sobre montagem de partições, veja Montando
(acessando) uma partição de disco, Seção 4.5.
No DOS
cada letra de unidade (C:, D:, E:) identifica uma partição
de disco, no GNU/Linux
os pontos de montagem fazem parte da grande
estrutura do sistema de arquivos raiz.
No GNU/Linux
, os dispositivos existentes em seu computador (como
discos rígidos, pen-drives, flash, disquetes,, tela, portas de impressora,
modem, etc) são identificados por um arquivo referente a este dispositivo no
diretório /dev
.
A identificação de discos rígidos no GNU/Linux
é feita da seguinte
forma:
/dev/sda1 | | || | | ||_Número que identifica o número da partição no disco rígido. | | | | | |_Letra que identifica o disco rígido (a=primeiro, b=segundo, etc...). | | | |_Sigla que identifica o tipo do disco rígido (sd=SATA/SCSI, sd=IDE, xt=MFM). | |_Diretório onde são armazenados os dispositivos existentes no sistema.
Abaixo algumas identificações de discos e partições em sistemas Linux:
/dev/fd0 - Primeira unidade de disquetes.
/dev/fd1 - Segunda unidade de disquetes.
/dev/sda - Primeiro disco rígido na primeira controladora SATA ou SCSI.
/dev/sda1 - Primeira partição do primeiro disco rígido SATA ou.
/dev/sdb - Segundo disco rígido na primeira controladora SATA ou SCSI.
/dev/sdb1 - Primeira partição do segundo disco rígido SATA ou SCSI.
/dev/sr0 - Primeiro CD-ROM SATA ou SCSI.
/dev/sr1 - Segundo CD-ROM SATA ou SCSI.
/dev/hda - Primeiro disco rígido na primeira controladora IDE do micro (primary master).
/dev/hda1 - Primeira partição do primeiro disco rígido IDE.
/dev/hdb - Segundo disco rígido na primeira controladora IDE do micro (primary slave).
/dev/hdb1 - Primeira partição do segundo disco rígido IDE.
/dev/xda - Primeiro disco rígido XT.
/dev/xdb - Segundo disco rígido XT.
As letras de identificação de discos rígidos podem ir além de sdb, por exemplo, caso utilize pen-drives, memória flash, as unidades serão detectadas como sdc, sdd e assim por diante.
É importante entender como os discos e partições são identificados no sistema, pois será necessário usar os parâmetros corretos para monta-los.
Você pode acessar uma partição de disco usando o comando mount
.
mount [dispositivo] [ponto de montagem] [opções]
Onde:
Identificação da unidade de disco/partição que deseja acessar (como /dev/hda1 (disco rígido) ou /dev/fd0 (primeira unidade de disquetes).
Diretório de onde a unidade de disco/partição será acessado. O
diretório deve estar vazio para montagem de um sistema de arquivo. Normalmente
é usado o diretório /mnt
para armazenamento de pontos de montagem
temporários.
Tipo do sistema de arquivos usado pelo dispositivo. São aceitos os sistemas de arquivos:
ext2 - Para partições GNU/Linux
usando o Extended File
System versão 2 (a mais comum).
ext3 - Para partições GNU/Linux
usando o Extended File
System versão 3, com suporte a journaling.
ext4 - Para partições GNU/Linux
usando o Extended File
System versão 4, com suporte a journaling.
reiserfs - Para partições reiserfs, com suporte a journaling.
xfs - Para partições xfs, com suporte a journaling.
vfat - Para partições Windows 95
que utilizam nomes
extensos de arquivos e diretórios.
msdos - Para partições DOS
normais.
iso9660 - Para montar unidades de CD-ROM
. É o padrão.
Na maioria das vezes, caso o sistema de arquivos não seja especificado, o
mount
utilizará a auto-detecção e montará a partição usando o
sistema de arquivos correto. Para mais detalhes sobre opções usadas com cada
sistema de arquivos, veja a página de manual mount.
Caso for especificada, monta a partição somente para leitura.
Caso for especificada, monta a partição como leitura/gravação. É o padrão.
Existem muitas outras opções que podem ser usadas com o comando
mount
, mas aqui procurei somente mostrar o básico para
"montar" seus discos e partições no GNU/Linux
(para mais
opções, veja a página de manual do mount). Caso você digitar
mount sem parâmetros, serão mostrados os sistemas de arquivos
atualmente montados no sistema. Esta mesma listagem pode ser vista em
/etc/mtab
. A remontagem de partição também é muito útil,
especialmente após reparos nos sistema de arquivos do disco rígido. Veja
alguns exemplos de remontagem abaixo.
É necessário permissões de root para montar partições, a não ser que tenha
especificado a opção user no arquivo /etc/fstab
(veja
fstab, Seção 4.5.1).
Exemplo de Montagem:
Montar uma partição Windows (vfat) de /dev/sda1
em
/mnt
somente para leitura: mount /dev/sda1 /mnt -r -t
vfat
Montar um pen-drive detectado em /dev/sdc1
em /mnt
:
mount /dev/sdc1 /mnt -t vfat
Montar uma partição DOS localizada em um segundo disco rígido
/dev/hdb1
em /mnt
: mount /dev/hdb1 /mnt -t
msdos.
Remontar a partição raíz como somente leitura: mount -o remount,ro /
Remontar a partição raíz como leitura/gravação (a opção -n é usada
porque o mount
não conseguirá atualizar o arquivo
/etc/mtab
devido ao sistema de arquivos /
estar
montado como somente leitura atualmente: mount -n -o remount,rw /.
O arquivo /etc/fstab
permite que as partições do sistema sejam
montadas facilmente especificando somente o dispositivo ou o ponto de montagem.
Este arquivo contém parâmetros sobre as partições que são lidos pelo comando
mount
. Cada linha deste arquivo contém a partição que desejamos
montar, o ponto de montagem, o sistema de arquivos usado pela partição e outras
opções. fstab
tem a seguinte forma:
Sistema_de_arquivos Ponto_de_Montagem Tipo Opções dump ordem /dev/sda1 / ext3 defaults 0 1 /dev/sda2 /boot ext3 defaults 0 2 /dev/sda3 /dos msdos defaults,noauto,rw 0 0 /dev/hdg /cdrom iso9660 defaults,noauto 0 0
Onde:
Partição que deseja montar.
Diretório do GNU/Linux
onde a partição montada será acessada.
Tipo de sistema de arquivos usado na partição que será montada. Para partições
GNU/Linux
use ext3, reiserfs, xfs (de
acordo com o tipo de partição selecionada durante a formatação), para partições
DOS
(sem nomes extensos de arquivos) use msdos, para
partições Win 95
(com suporte a nomes extensos de arquivos) use
vfat, para unidades de CD-ROM use iso9660.
Especifica as opções usadas com o sistema de arquivos. Abaixo, algumas opções
de montagem para ext2/3/4 (a lista completa pode ser encontrada na página de
manual do mount
):
defaults - Utiliza valores padrões de montagem.
noauto - Não monta os sistemas de arquivos durante a inicialização (útil para CD-ROMS e disquetes).
ro - Monta como somente leitura.
user - Permite que usuários montem o sistema de arquivos (não recomendado por motivos de segurança).
sync é recomendado para uso com discos removíveis (disquetes, zip drives, nfs, etc) para que os dados sejam gravados imediatamente na unidade (caso não seja usada, você deve usar o comando sync, Seção 8.22 antes de retirar o disquete da unidade.
Especifica a frequência de backup feita com o programa dump
no
sistema de arquivos. 0 desativa o backup.
Define a ordem que os sistemas de arquivos serão verificados na inicialização do sistema. Se usar 0, o sistema de arquivos não é verificado. O sistema de arquivos raíz que deverá ser verificado primeiro é o raíz "/" .
Após configurar o /etc/fstab
, basta digitar o comando mount
/dev/hdg ou mount /cdrom para que a unidade de CD-ROM seja
montada. Você deve ter notado que não é necessário especificar o sistema de
arquivos da partição pois o mount
verificará se ele já existe no
/etc/fstab
e caso existir, usará as opções especificadas neste
arquivo. Para maiores detalhes veja as páginas de manual fstab
e
mount
.
Utilize o comando umount
para desmontar um sistema de arquivos que
foi montado com o mount
. Você deve ter permissões de root para
desmontar uma partição.
umount [dispositivo/ponto de montagem]
Você pode tanto usar umount /dev/sda1 como umount
/mnt para desmontar um sistema de arquivos /dev/sda1
montado em /mnt
.
Observação: O comando umount
executa o sync
automaticamente no momento da desmontagem, para garantir que todos os dados
ainda em memória RAM sejam salvos.
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Guia Foca GNU/Linux
Versão 4.22 - domingo, 05 de setembro de 2010[email protected]